Vi essa essa postagem do
Pó de Lua e fiquei pensando na canseira que a dificuldade de amar nos dá. Ou melhor, que o amor inalcançável nos dá.
Amar é bom, faz bem ao corpo, alma e coração, por isso leveza, tranquilidade e reciprocidade são importantes.
Quando passa a ter muitos "senões", muitas regras, muito obstáculo, passa a ser cansativo e desestimulante.
Quem quer ficar com alguém por regra? Queremos a exceção, o brilho nos olhos, as borboletas no estômago e o coração pulsando. Não é uma idealização, já que qualquer tipo de fuga do real é sempre perigosa. Mas sim, a diminuição das amarguras, das tristezas e das expectativas.
Agora, que fique claro, quando se está interessado em alguém, ficar no banco de espera por muito tempo pode fazer com que não se queira mais jogar. O fato de estar sempre esperando um sinal, uma palavra, um atitude, pode cansar e fazer a fila andar, ou buscar um outro time para se jogar.
Xico Sá, brilhantemente, escreveu: "Quando um homem está a fim de uma mulher ele esquece as
convicçõezinhas que lhe são mais caras. Pelo menos por um tempo. É
justo. [...] Quando um homem está a fim, seja para amar ou apenas uma transa, ele
se transforma em um legítimo picareta. Vai ao Google diante de qualquer
assunto que te pareça importante ou afetivo e é capaz de discorrer sobre
o tema com a cara de pau de um especialista. [...] Mas quando o homem está querendo mesmo, não apenas te levar na cama,
vai te parecer, muitas vezes, um leso, abestalhado, simplesmente por
querer à vera e não conseguir ser tão esperto, não usar a picaretagem do
marketing sexual e/ou amoroso. Quando um homem está a fim, seja para que modalidade de
relacionamento, ele nunca tem reunião fora de hora, mesmo que pertença
aos partidos herdeiros da velha esquerda –“pra fazer revolução tem que
ter reunião”, era o mantra".
Então, quando tem desculpa demais e atitude de menos, vale a pena repensar até que ponto investir e esperar é adequado. A dica está dada: Logo me canso de amores inalcançáveis (assim mesmo com ç, de acordo com o dicionário).
A vida é engraçada, o tempo todo as pessoas se movem em função de seus interesses. Até aí nada de anormal. O ruim é quando o movimento passa a prejudicar outras pessoas. Viver em mundo capitalista, com a competitividade acirrada é até aceitável, mas se beneficiar às custas de alguém é, no mínimo, falta de caráter. A ética, valores morais, valores humanos (escassos!), parecem que não faz mais parte do vocabulário e da atitude de muita gente. É de um absurdo tão grande, que me deixa perplexa! Gosto muito do filósofo e educador Mário Sérgio Cortella. Em uma palestra, mostrou o tamanho da arrogância de muita gente. O título "Você sabe com quem está falando", que pode ser conferida no youtube, mostra como o fato de "se achar" pode ser perigoso. Afinal o que representamos em um Universo gigantesco? Muito pouco, pouquíssimo mesmo. Então, o fato de ter poder, de estar em cargo de liderança, não dá a ninguém o ato do beneficiamento, muito menos, a oportunidade de ser superior a nada. Afinal de contas, o mundo é redondo, dá voltas e, em algum momento, essas mesmas pessoas poderão voltar a dividir e a conviver no mesmo espaço com os colegas que outrora foram subestimadas, desvalorizadas e "usadas" nas manobras para beneficiamento próprio. Melhor repensar as atitudes, a moral e avaliar o quanto é mais interessante discutir ideias, projetos que beneficiem o coletivo e não o individual, afinal, apesar de estarmos cada vez mais isolados, ainda vivemos em sociedade. Retire as máscaras! 
